Permanecei no Meu Amor 

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Permanecei no Meu Amor 


 
Caminhar dentro de Deus, deixar Deus caminhar dentro de nós.
Caminhar dentro do amor, no coração da Trindade, no coração do Amor.  

Ser feliz, recrear-se no amor da Trindade, 
dar um passeio no coração de Deus, permanecer aí. 

Deixar-se caminhar pelo amor da Trindade,
deixar-se habitar pela Trindade, deixar-se amar na fonte do amor. 

Entrar no círculo do amor da Trindade, na amizade de Deus, 
na Comunhão do Pai, do Filho e do Espírito.

Não existe fonte que não seja amada  e não existe sede que não seja saciada. 
O ser te leva ao coração da Trindade, à fonte da vida. 

Faz do Amor a tua fonte, Amor que tem nome,   
Amor de pessoas, Pai, Filho, Espírito Santo, Amor incriado, 
Amor incriado, Amor fonte de todo amor, Fonte que tem nome. 

Fica humilde, deixa o Ser enraizar dentro de ti, 
deixa-te organizar e construir pelo Ser. 
Não disperses energias buscando coisas. 
Fica humilde. Quem pode organizar a tua vida mora em ti. 

 

“Como tu Pai, estás em mim e eu em Ti, que eles estejam em nós.” (Jo 17,21)

Somos convidados por Jesus a entrar no círculo da amizade da Trindade, para participar da Sua vida de amor e aí permanecer. O Pai ama Jesus e Jesus ama o Pai e, como Jesus nos ama, também o Pai nos ama; e o Espírito que é o amor amado do Pai e do Filho  completa o fluxo da liberdade do amor de Deus e também o Espírito nos ama nesse movimento da amizade do amor de Deus. Além de estar conosco, Jesus revela-nos que a nossa vida é estar na própria amizade de Deus. Somos convidados a entrar neste círculo de amor, para saborear a vida em abundância, para sabermos quem somos, para assumirmos a nossa identidade, o nosso ser, para sermos. O Ser é Deus, é o Amor, é Trindade Santa, em contínuo amar, movimento e ação de amor.

 

“Se alguém Me ama, guardará a minha Palavra e o meu Pai o amará e nós viremos a ele, e nele faremos morada.” (Jo 14,23)

Procuramos tomar consciência de Deus como Trindade, Deus Pai e Mãe, o Filho Jesus e o Espírito Santo, e imaginamos que podemos entrar dentro de Deus, para aí permanecer. Ficamos descalços para que o nosso caminhar seja simples, acolhedor, suave. Buscamos a ternura, para comungar o amor. Deus é luz, percebemos a luz, nada para a comunicação da luz, a comunhão da luz. Deus é Amor, nada impede a fluência do amor dentro de Deus. Deus é a Vida, nada segura a vida dentro de Deus. Sentimo-nos permanecendo dentro da Trindade, na comunhão do Amor, no coração do Pai, no coração do Filho e sendo envolvidos pelo calor do Espírito. Percebemos que tudo é bonito e bom e maravilhoso de ser.  
Sentimo-nos recriados dentro de Deus, felizes, serenos. (Na verdade não existem espaços, não existem jardins para passear, não existem flores para cheirar, mas é como se existissem.). Existe a experiência do Ser Amor, na comunhão do Amor que nos faz felizes e nos dá pertença. Percebemos que Deus passeia dentro de nós, para que possamos provar e saborear o seu amor.  


 
“Quem me ama será amado por meu Pai. Eu o amarei e me manifestarei a ele.” (Jo 14,21)

Procuramos permanecer no coração de Deus Trindade e vemos Deus intimamente envolvido na História humana. O seu olhar está voltado para nós. A Criação inteira saiu, transbordou do Amor imenso de Deus, como se fosse a água de uma nascente sem fim. Percebemos Deus, Pai e Mãe, chamando tudo à vida, na sabedoria do Filho, no qual todas as coisas foram criadas, com o sopro do Espírito que tudo vivifica. Percebo-me também criado por Deus, chamado à vida, feito ser e sendo ainda feito, num momento intenso de amor.  
 

“Compreendereis que estou no Pai e vós em mim e eu em vós”. (Jo 14,20)

Percebemos Deus, Trindade Santa, olhando a criação oprimida, a presença do mal e a ausência da vida, a liberdade escrava, o pecado pessoal e o pecado social, estruturado em organizações de pecado, o sofrimento, os caminhos perversos da Humanidade, o beco de destruição em que a humanidade entrou. E, vemos o movimento de amor da Trindade para a libertação e a salvação da Humanidade: Jesus encarna, pela vontade do Pai, oferece-se para viver a nossa vida e realizar a redenção; o Espírito acompanha Jesus na realização do Reino e na sua entrega pela Humanidade. O Amor de Deus faz-se História, Deus revela-se, na nossa carne, Deus conosco, amor libertador. Percebemos todas as coisas, a Criação inteira habitada de amor. Em cada partícula, desde a mais minúscula, está a chama do Amor da Trindade, iluminando o ser de tudo. O universo é a casa de Deus.  
 

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” (Jo 15,12)  

Sentimo-nos na História, respirando no meio de irmãos e irmãs, tendo tudo saído do amor de Deus e tudo se fazendo da mesma raiz, da mesma verdade e liberdade, fraternidade radical. O mundo transparece: a beleza, a verdade, a bondade, a ternura fizeram-se carne. A riqueza de Deus é ação criadora de amor: somos frutos dessa riqueza. Na Trindade somos irmãos, irmãs, vida que brota da Vida, a arte do Amor. “Se nos amarmos, Deus permanece conosco.” (1Jo 4,7-12) 
 

“Para que sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade.” (Jo 17,23)

A contemplação da Trindade mostra que o interior de Deus  é amor que flui, onde nada prende ou cria bloqueios. Tudo corre livre na liberdade do amor, como a alegria do ar que se expande. Deus é amor livre, liberdade do Amor. Nasce e cresce dentro de nós o grande desejo de sermos livres, de podermos caminhar na liberdade, no chamado do amor.  
Queremos trabalhar os nossos mecanismos interiores que nos colocam numa atitude defensiva frente à vida, os nossos bloqueios, os nossos medos, os nossos apegos  que nos fazem girar à volta de nós mesmos e travam o fluir da vida de amor. Podemos auto transcender-nos no amor de Deus. Deixamo-nos amar, para saborearmos o amor e o amar. Queremos centrar a nossa vida em Deus.    
 

“Como o Pai me amou assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor.” (Jo 15,9)

Contemplando a Trindade, percebemos como as nossas escolhas influenciam a vida, e fazem a nossa vida ser rica de dons ou ser vazia e correr para a mediocridade ou o sem sentido. Tantas energias investidas ao serviço de uma inteligência míope que não sabe distinguir o essencial; para satisfazer um coração cheio de ilusões que precisa aprender a amar  e que seja capaz de libertar e de amar o amor na nossa fome de amar; e tantas ações da nossa vontade fruto de escolhas equivocadas, iluminadas por modismos e dominadas por pressões de tantas circunstâncias perversas. Se fazemos a vida ser alienada e alienante, se estamos fora da liberdade livre, se produzimos situações que nos desviam de uma vida digna e feliz, também é certo que podemos sair desse círculo fechado de desintegração. 
 

“Quando vier o Consolador que vos enviarei de junto do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim. E vós também dareis testemunho, pois estais comigo desde o princípio.” (Jo 15,26-27)

O Amor de Deus transborda na História e uma História de amor vai-se fazendo através do testemunho que a Humanidade dá do Amor. Jesus não represa a vida. Das suas palavras, gestos e ações sai um rio de liberdade e libertação. Jesus destrava a vida. À sua volta a vida flui como existência no amor as relações são reconstruídas na comunicação do amor  que gera proximidade e comunhão. É a novidade do Reino de Deus, a vida da Trindade Santa inundando a terra. As pessoas ficam livres das doenças, dos pecados, das falsas imagens de Deus, do apego à lei, das práticas religiosas enganosas, das divisões estruturadas pelo egoísmo e pela auto defesa, das crenças religiosas transformadas em ideologia. A vida flui, o rio de amor corre e se comunica numa torrente de vida. A hipocrisia é desmascarada e a vida é o grande bem que devemos proteger e cuidar. Os bens são partilhados, por pessoas chamadas a viver num só coração e numa só alma. Quando acreditamos uns nos outros, a vida flui, porque não há desconfianças. Jesus revela a idolatria da religião oficial e oferece-nos o Deus Comunhão de Amor que cuida dos oprimidos, dos doentes, dos desamparados e abandonados. Sereis minhas testemunhas! A vida sairá da vossa vida, das vossas palavras  e das vossas mãos, como uma ação que destrava a vida. Tudo fluirá em comunhão de amor, em comunhão de vida. Onde cresce o amor, vai desaparecendo a lei e o medo, porque a lei do cristão é a liberdade do Espírito. A liberdade da vida de Jesus na comunhão do Pai jorra no nosso ser. 
 
 

Pe. José Luís, CSh 

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