Semana Santa

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Semana Santa

 

Acordo de madrugada e quero ir pra rua
O Mestre vai passar
Os caminhos estão verdes
O povo vestiu-se de ramos
Penso

E as ruas da pandemia
Transbordam vazias
“Hossana! Bendito o que vem!” (Cf Mt 21,1-11)
As vozes se espalharam 
E não se ouvem
Tempo de revelação

Surpresa e aflita
A cidade se esconde e se guarda
Hoje não há procissão

Vestido de paz
O Mestre sobe as nossas ladeiras
E entra em nossas casas

“Eis que estou à porta e bato.
Quem ouvir a minha voz e abrir a porta,
Entro em sua casa e janto com ele,
E ele comigo.” (Ap 3,20)

Os pés descalços da simplicidade
Acolhem o nosso chão, nossa verdade
As mãos de trabalho, operosas
Repartem o amor em gestos de cuidado
O rosto sereno
Encosta em nossos rostos aflitos
O coração confiante
Dá repouso aos nossos corações de medo

O perfume do amor enche nossas casas
Como em Betânia (Cf. Jo 12,1-11)
A nossa vida se reconcilia e se encontra
Habita a comunhão

E, durante a ceia
“Ele que tinha amado os seus que estavam no mundo
Amou-os até ao fim.”
‘Tirou o manto
E vestiu a toalha 
Abaixou-se até ao chão
E lavou os pés dos discípulos
E todos se vestiram do amor que serve
Amai-vos, amai-vos até dar a vida
Fazei como eu fiz
Dai a vida na liberdade do amor
Amor gratuidade
Na gratuidade da liberdade do amor’ (Cf Jo 13)

E do pão fez o seu corpo 
E do vinho fez o seu sangue
Pão e vinho sua vida
“Isto é o meu corpo que é dado por vós.”
“Este cálice é a nova aliança do meu sangue,
Que é derramado por vós”
“Fazei isto em memória de Mim”
Eu estarei sempre convosco
Ao partir o pão (cf Mt 26,26-28; Lc 22,19-20; 1Cor 11,23-26)

E a luz penetra a escuridão
É já sexta feira de morte e paixão
Com todo o teu ser amarás
Inteligência, mãos, pés e coração
Inteireza do ser
A vida se reparte como pão

E Jesus assume a nossa morte
E morre!

Nele mergulhamos nossas mortes
O nosso ser marcado pela morte
Deitamos com Ele na morte
Abraçamos a morte no amor
É uma grande noite
O amor dorme na morte, com a morte

Aquele corpo morto é o corpo do Amor
É o corpo da fidelidade
É o corpo da liberdade
É o corpo da verdade
É o corpo do respeito
Da dignidade
Amor eterno

O amor do Pai não O abandona 
Jesus abandona-se ao amor do Pai
Seu ser inteiro de amor 
Suas palavras de vida
Suas ações de libertação e salvação
Sua vida liberdade
A paixão pelo Reino
A beleza do Reino
A alegria dos oprimidos e excluídos
Deitados na morte
Dormindo na morte
Espera de amor

A luz é infinita, a escuridão se vai
O amor fonte derrete o frio da morte
O corpo aquece pelo amor que o habita
E em chamas de amor, ressuscita
E se espalha, livre
O vento sopra, respira
O grão de trigo brotou

Dias de noite e solidão
De medo e escuridão
De pecado
O amor é maior!

As casas transbordam
O povo abraça molhos de flores
Que segura contra o peito
“Não ardia o nosso coração?” (Lc 24,32)

Era uma vez a noite e o dia
Reunidos num só
Quando o dia e a noite
Se perderam em luz
A força do amor
Amor ressureição

Dentro das casas pequenas
As pessoas renascem e se unem
Em comunidades de fé
“Eu vi o Senhor”
“Nós vimos o Senhor”
Rios de vida e de amor (Cf Jo 20,19-29)

Os corações tristes
Renascem na alegria
Processo da fé
Processo do amor
“No amor não há medo” (1Jo 4,18)

‘Ó beleza do ser
Ó princípio do amor
Ó verdade infinita, Jesus
Ó Mistério encarnado
Teu Ser é o ser
Nosso ser, liberdade e luz’
 

Pe. José Luís, CSh

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