Escutar o coração

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Escutar o coração

 

Ao amanhecer daquele dia, dirigimo-nos para as dunas, com a intenção de saborear a frase:
«Vou levar-te ao deserto para te falar ao coração» (Os 2,16). 
Escutar, olhar, sentir. 
Onde existe o nada, a vida concentra-se no interior. 
A maior riqueza foi descobrir que as dunas são o lugar onde se escuta o coração. Os nossos barulhos internos vão diminuindo, 
e somos levados a fazer o caminho do centro. Onde não existe nada, aparece a pessoa e a riqueza do coração. 
O coração fala. E aí, Deus fala. 
No lugar onde Deus mora, escuta-se a voz de Deus. 
O coração fala, chora, desanima, renasce, desacredita, desconfia, sente o convite ao amor, descobre Deus, compromete-se com Ele.
Ao longo da nossa vida, chega o momento em que precisamos de perder tudo, para que o coração fale o que tem de mais precioso.
Quando ao nosso lado tudo desaparece, faz-se ouvir a voz do coração, a voz da essência da vida. 
No encontro da pessoa e do nada, faz-se ouvir a voz da essência, a voz do fio da vida, do amor original.
O deserto é um lugar bom para calar a nossa arrogância, a nossa falta de gratidão, para resolver os nossos conflitos, para juntar e integrar o nosso ser partido, para amar o ser, para descobrir e assumir ideais, para saciar o coração. 
Quando desaparece tudo, o coração volta a ser o lugar sagrado, onde Deus mora.

Pe. José Luís, CSh

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