Por uma dracma perdida

Compartilhamento

Por uma dracma perdida


 “Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas e perder uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente até encontrá-la? E encontrando-a, convoca as amigas e vizinhas, e diz: alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma que havia perdido!’” Lc 15, 8-9

 

Uma mulher e suas dez dracmas
Num lugar feliz do evangelho
Retrato e movimento de uma casa que somos
Marcada pela liberdade e pela inteireza
Espaço de aconchego e de alegria
Que nos foi dado como presente de vida.

Uma mulher e suas dez dracmas
Num lugar feliz do evangelho
Retrato e movimento de uma Essência
Que recebemos e acolhemos do ser de Deus
Para atravessarmos a vida com leveza
E com a marca dessa Fonte de onde viemos.

Uma mulher e suas dez dracmas
Num lugar feliz do evangelho
Como convite permanente para cuidar
Dessa casa habitada que somos
Morada de tanta luz e também de sombra
Necessárias para um caminho e suas buscas.

Uma mulher e suas nove dracmas 
Num lugar feliz do evangelho
Porque uma se perdeu dentro de casa
Dentro da vida e não fora
E uma inteireza e um encanto da Fonte
Ficaram como saudade dentro de um coração ferido.
Uma mulher e uma dracma perdida
Num lugar feliz do evangelho
E um desejo de encontrar a que se perdeu
Um caminho e um convite que nasce dentro
Para buscar dentro o que ainda lá está
Dentro da vida e nos seus lugares pouco iluminados.

Uma mulher sem uma de suas dracmas
Num lugar feliz do evangelho
Assume o desafio de recuperar um tesouro
Para que se sinta novamente inteira
Casa habitada e iluminada, de horizontes largos
Lugar-coração onde a alegria se renove, solene.

Uma mulher sem uma de suas dracmas
Num lugar feliz do evangelho
Inicia uma busca que é processo
Acende uma luz dentro para iluminar dentro
Os caminhos que levam a esses lugares não amados
E a tempos distantes de um tesouro agora incompleto.

Acender uma luz dentro de casa
Iluminar de dentro para fora porque a perda está dentro
E o caminho da busca precisa da luz
Essa luz mortiça que nunca se apagou
E que agora pode mostrar a trilha para o resgate da Essência
Esse lugar-evangelho onde tudo recomeça.

Acender a luz. Varrer a casa. 
Percorrer todos os cantos da vida e do coração
Chegar a esses lugares mal-iluminados, secretos
Onde um imenso dom ficou escondido, ignorado,
Mal-amado, perdido, desconsiderado
Mas desejoso de ser abraçado e incluído.

Acender a luz e varrer dentro da vida
Para libertar o coração de tudo o que o cerceia
E deixar que se expanda e seja 
Sem véus e sem máscaras, sem as trevas antigas
De uma casa escondida, presa nas sombras
Que procura a luz, agora dentro acendida.

Uma mulher e sua dracma perdida
Num lugar feliz do evangelho
Ousou iniciar um processo de busca
Sem esmorecer, sem perder o tempo da procura
Sem se desviar de um caminho necessário
Que leva ao encontro com um tesouro agora inteiro.

Procurar cuidadosamente… processo longo
Ensinado por uma mulher num lugar feliz do evangelho
Mas que encontra momentos felizes de inteireza
Nos ritmos da vida e nos lugares do quotidiano
Como testemunha e convite, como promessa de alegria
Para nunca desistir de uma procura.

Uma mulher e sua dracma encontrada
Num lugar feliz do evangelho
Escuto o mesmo convite que atirou longe
Para reunir dentro de casa e dentro da vida
Todos os que fora sonharam com um reencontro
E entram na festa… por um tesouro inteiro e partilhado.

Uma mulher e seu desassossego por uma dracma perdida.
Caminho ensinado para acender a mesma luz 
E procurar cuidadosamente onde se escondem nossas dracmas
As que esquecemos dentro, perdidas como a sua
Para que um reencontro com a inteireza e o dom escondido
Ofereçam à vida a alegria da festa dentro e fora.

Pe. Afonso, CSh

Veja o ultimos artigos da Comunidade

Acompanhe nossas redes sociais

Siga-nos pelo Facebook

Siga-nos pelo Instagram

Acompanhe nosso canal no Youtube