Meditação, Caminho de Espiritualidade

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Meditação como Caminho de Espiritualidade

 

São muitos os caminhos de Experiência de Deus. Tantos quantas as pessoas, pelo menos. Tudo pode tornar-se lugar de experiência de Deus, porque em tudo e em todos se manifesta, como num espelho, o Amor de Deus. Depois que a Cruz, antes vista como um instrumento de tortura, se torna sinal de salvação, qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, pode tornar-se sinal e lugar de experiência de Deus. Mas dentro desse universo de possibilidades onde tudo e todos se tornam lugar possibilitador de experiência, a Meditação ocupa um lugar de excelência. Caminho para a Paz, chamavam-lhe os Padres do Deserto, aqueles que ganharam o nome de Pais por se haverem tornado os patriarcas de uma espiritualidade que perpassa os séculos da tradição cristã. Por isso que a  meditação ganhou também o nome de Prática Hesicasta, que leva a essa Quietude, à Hesiqué. Caminho querido e cuidado pelos místicos de todas as grandes tradições religiosas, desde o Hinduísmo e Budismo, até ao Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, a Meditação situa-se assim num plano de privilegiado diálogo inter-religioso, colocando as pessoas num horizonte de comunhão profunda que supera divisões teóricas, culturais  e históricas, unindo-as a partir do Coração e sintonizando-as no Amor que se respira. Além disso, a Meditação é hoje a pupila dos olhos das ciências, que exaltam a cada estudo os seus benefícios para a saúde física, emocional e mental e a colocam, comprovadamente, como uma prática que ativa aquele tal Ponto de Deus localizado no Cérebro Límbico, que permite a experiência de Transcendência. Trata-se de um caminho simples e profundo, o caminho do coração, a via afetiva. Não pensamos em Deus... mas apenas estamos com Deus, encostamos no seu o nosso coração e nos deixamos perpassar pelo Sopro do seu Espírito. Na tradição Judaica, todas as Celebrações deveriam ser vividas em estado meditativo. Por isso, a Meditação precedia qualquer celebração e o estado meditativo se tornava o grande horizonte da espiritualidade judaica. Jesus, como judeu praticante, meditava e os evangelhos nos dão testemunhos explícitos disso. Ele transmitiu à Samaritana esta tradição, que depois se espalhou e cresceu entre os primeiros cristãos e atingiu sua excelência como centro da espiritualidade na tradição dos Padres do Deserto, como nos testemunha João Cassiano e tantos textos da Pequena Filocalia. S. Francisco de Assis fez desse o seu caminho pessoal de encontro profundo com Deus. No Século XIV, um monge inglês faz brilhar esta pérola escrevendo a Nuvem do Não Saber. Tereza de Ávila e João da Cruz encontram na Meditação um caminho profundamente místico e registram seus nomes como exímios praticantes desta tradição. Relatos de um Peregrino Russo é outra pérola que registra a beleza deste caminho, tão antigo e sempre novo, tão acessível e ao mesmo tempo tão profundo, que nos leva a nos perdermos nAquele que nos chama a partir do mais profundo de nós mesmos. O Caminho do Coração, o Caminho do Esvaziar-se a si mesmo para se deixar tomar inteiramente pela Presença Amorosa que nos habita e se deixa encontrar e saborear no Silêncio.

Pe. Domingos Cunha, CSh

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