Espiritualidade Shalom

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Espiritualidade Shalom

 

A palavra hebraica que foi traduzida para nós como Paz... na sua raiz significa a última pedra que se colocava numa construção. Simbolizava que aquela construção estava completa, inteira, harmoniosa. Não falta mais nada. Plenitude e completude. Ser algo inteiro, não dividido ou inacabado, vazio ou pela metade. É Um conceito de paz que nos remete à construção interior do ser humano, como base de tudo. Uma paz que começa dentro e depois se expande transbordando. Unificar-se, integrar todas as dimensões do ser pessoa, harmonizar todas as energias que nos habitam, reconciliar luz e sombra dentro de nós, abraçar feridas e domesticar dragões... Nada de nós mesmos excluir ou deixar de fora ou reprimir ou destruir. Não existe nada fora se não estiver dentro?... E tudo o que está fora é reflexo daquilo que está dentro. A paz é construída a partir de dentro e só existirá fora se dentro a casa estiver completa. Buscar a alegria e a realização, a felicidade saboreada de colocar a última pedra na construção que somos. Para depois ser também aquela pedra que completa a casa do universo. Descobrir seu lugar na construção da casa comum, a serviço da inteireza, da harmonia. A casa que nós somos foi construída em cima de experiências traumáticas, falta de amor, falta de segurança ou falta de valorização. Mas temos a vida inteira para reconstruir esta casa que a nossa vida construiu: até colocarmos essa ultima pedra, a pedra do Amor, capaz de reconstruir toda esta casa que somos. Descobrir o seu lugar no mundo é a tarefa primeira, ou talvez mesmo a única. Cada pessoa tem um dom único, que só ela tem...  E um jeito único de expressar esse dom. Descobrir esse dom único e colocá-lo a serviço dos outros e do mundo, é a missão e é também o caminho de realização e felicidade. Eckart Tolle lembra que o primeiro dia mais importante da nossa vida é o dia em que nascemos e o segundo, aquele em que descobrimos para que nascemos. O sentido da vida é o grande horizonte da espiritualidade. Vitor Frankl nos lembra que “quem tem um sentido para viver, suporta quase qualquer coisa”. A Espiritualidade como sentido  da vida, garante aquela soberania que nos faz permanecer de pé e com brilho no olhar, mesmo nas tempestades e fracassos do caminho. Shalom. Uma Paz dinâmica, sempre em processo, sempre itinerante, peregrina, em busca. Cada momento tem o sonho de ser aquela pedra, aquela última pedra da construção. E por isso se vive cada momento, estando inteiro aí, no presente, na consciência do sopro vigilante, na respiração consciente que nos conecta com Aquele que É, aqui e agora. Os gregos chamavam-lhe Quietude, Hesiqué. Aquela paz serena e duradoura, que nos faz permanecer tranquilos, independente dos lugares e das circunstâncias. A Paciência: a ciência da paz... ciência não de saber, mas de saborear. Saborear a paz interior. Aquietai-vos e saboreai que eu sou Deus – diz o salmista. O sabor de paz que nos vem do contato com a Essência, com a presença silenciosa, misteriosa e amorosa de Deus que nos habita no mais profundo de nós mesmos e se deixa encontrar. É a partir desse espaço imaculado, sagrado, intacto, inteiro, saudável... que a paz é possível e onde é possível permanecer em Paz. Diz Leloup: O Universo confiou a cada um de nós um pedacinho dele mesmo que nos cabe cuidar. Cuidar deste pedacinho do universo que somos, a partir desse recanto de paz que existe nesse pedacinho de jardim que somos. E, continua Leloup, quando meditamos, pelo menos um pedacinho do universo está em Paz.

Pe. Domingos Cunha, CSh

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