Espiritualidade como Experiência Pessoal

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Espiritualidade como Experiência Pessoal

 

Falamos de Experiência Pessoal quando a pessoa toda é tocada e transformada. Isto é, quando as três dimensões da pessoa são atingidas, tocadas e perpassadas, marcadas e integradas de forma harmoniosa, de forma que nada da pessoa fique fora. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu ser – diz o Deuteronômio, com o teu coração e a tua mente, com o teu corpo, com todas as forças que te habitam e movem. Podemos então situar a Experiência Espiritual no horizonte integral onde todas as dimensões da pessoa são transformadas profundamente: Deus é experimentado ao nível das sensações físicas, é saboreado ao nível afetivo numa experiência de amar e ser amado e é compreendido ao nível racional, que interpreta e dá sentido ao que foi percebido pelas outras dimensões.  Aqui, a experiência de Deus se torna integral. A transformação acontece, porque o ser inteiro foi tomado pelo Amor, curado, marcado, animado e plenificado. Quando olhamos as tradições espirituais, encontramos marcas lindas deste itinerário: os gestos e rituais, os símbolos, imagens, cheiros e sabores, celebrações onde os sentidos são tocados, a beleza da arte na música e nos espaços, os incensos... e o silêncio! O silêncio como lugar de encontro com Deus... quando tudo em nós silenciou, quando tudo parou. Dizia o místico João da Cruz: a nossa oração tem que ir além das palavras, além dos pensamentos, além dos sentimentos, além da imaginação... até se tornar silêncio absoluto onde Deus age! A Experiência Espiritual passa pelo silêncio, pela contemplação, pelo caminho do coração, pela relação afetiva, amorosa e terna, pessoas e lugares significativos e marcantes, pela arte, pelo belo... pelo encantamento! Trocar os saberes pelos sabores. Um Deus que se deixa saborear. Um Deus que tem gosto e tem cheiro, que abraça e que dança, que toca nossa pele e acolhe, que sorri, um Deus cujos olhos brilham e encantam e fascinam e apaixonam. Ninguém se apaixona por ideias e teorias, sistemas e explicações. Ninguém se apaixona por energias. A gente se apaixona por pessoas... e a paixão é cega e o coração tem razões que a própria razão desconhece e o coração não tem por quês nem para quês... o coração se encanta apenas e curte, saboreia, ama.

Pe. Domingos Cunha, CSh

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